Joan Cuscó: “O compromisso da FPF é líder no Mundo”
O futebol de praia vive uma fase de transformação e crescimento que animou o painel composto por Joan Cuscó, presidente da Beach Soccer Worldwide, José Fontelas Gomes, vice-presidente da FPF, e Madjer, coordenador da modalidade da FPF. Joan Cuscó destacou os desafios e conquistas do futebol de praia, “o irmão mais pequeno do futebol”: “Temos algumas dificuldades para crescer por causa das infraestruturas. No futebol há estádios, no futsal há pavilhões. No nosso caso, muitas vezes criam-se instalações só para um torneio e depois desaparecem”.
O dirigente recordou ainda um momento decisivo: “Em 2004, convencemos a FIFA a oficializar o jogo. Foi um salto espetacular. Hoje, há jogadores dedicados a tempo inteiro e é um orgulho ver pessoas fazerem vida deste desporto.”
Sobre o futuro, revelou: “Estamos a preparar com a FIFA um programa de 2026 a 2038, com mais competições e eventos.” E elogiou o investimento da FPF na modalidade: “O compromisso da FPF é líder no Mundo. Trabalha de forma séria, com jovens, feminino, cursos de treinadores e árbitros. É um guia para outras federações.”
“É preciso profissionalizar”
José Fontelas Gomes sublinhou a importância das federações no crescimento do futebol de praia: “É preciso profissionalizar, ter mais pessoas a tempo inteiro. O presidente quer isso e, por isso, vamos construir um campo de futebol de praia. É o próximo passo”. Para crescer, é essencial “criar mais competições — este ano tivemos Taça Nacional sub-19 e sub-15 — e apostar na formação”. “Temos de deixar de ser pequeninos e tornar a modalidade mais apetecível. Só com profissionalismo conseguimos isso. Não podemos acomodar-nos ao status instalado”, frisou.
Madjer: “Somos capazes de tocar a lua”
Considerado o melhor jogador de futebol de praia de sempre, Madjer destacou a importância da formação para o futuro da modalidade. “Tínhamos muita procura de jovens, mas não havia espaço para mostrarem o seu talento. Nos seniores havia um tampão, não tinham formação. As equipas contratavam jogadores experientes e faltavam degraus aos jovens. Demos um passo importante com a Taça Nacional sub-15 e sub-19, mas não podemos ficar por aqui”, alertou.
“Temos de criar uma janela de oportunidade para crianças e jovens. Se tiverem condições, teremos mais atletas exclusivos da modalidade. A FPF tem sido pioneira”, afirmou.
Madjer destacou ainda o impacto do título europeu feminino. “Foi um título que desbloqueou a modalidade feminina. Vai abrir portas a outras mulheres. Estas jogadoras são pioneiras e têm um papel preponderante no legado, aumentando praticantes, clubes e treinadores.”
“Somos um país pequeno, mas recheado de talento. Com condições, somos capazes de tocar a lua”, concluiu.